quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Política e Religião.


Em época de eleições muitas igrejas, principalmente as evangélicas, entram em polvorosa. Basta fazer algumas visitas aos templos espalhados pelo país, para constatar que muitos deles se transformam em palanques políticos.

O número de candidatos religiosos concorrendo a cargos públicos parece aumentar a cada ano. Acredito que não haja um só município que não tenha pelo menos um candidato evangélico concorrendo a uma vaga.

Nota-se um grande interesse da parte das igrejas em eleger representantes em todas as esferas do governo. Para isso, deixam um pouco de lado a sua dedicação à fé, e realizam cultos que mais se assemelham a comícios, dado ao grande número de candidatos presentes e ao empenho em apresentá-los aos fiéis.

Outro dia, um amigo meu, um pastor muito conhecido no meio evangélico pelas palestras que realiza dentro e fora do Brasil, me abordou e pediu para que eu votasse em um membro da sua igreja que estava candidato à vaga de vereador.

Não perdi a oportunidade de perguntá-lo o porquê das igrejas apoiarem candidatos a cargos políticos. Ele me deu exatamente a resposta que eu esperava: – “A igreja precisa de pessoas que as representem junto ao governo e que lutem pela sua causa”.

Então, me vali do recurso que eles usam para argumentar, a bíblia, e perguntei: - Isso não está indo contra o ensinamento bíblico que diz que os cristãos devem buscar primeiramente o reino e a justiça de Deus, e todas as outras coisas lhes serão acrescentadas? 

Ele, acostumado a falar para suas “ovelhas” sem ser questionado, demonstrou não estar muito confortável, e achando que iria me colocar em xeque, retrucou: - “Mas a igreja tem buscado o reino e a justiça de Deus!”. 

Procurando evitar um diálogo longo e desnecessário, arrematei: Então parece Deus não está acrescentando as demais coisas, né?  Peguei o folheto do candidato que ele me apresentara, me despedi e saí. 

Mas não é só quando se envolvem na política que os cristãos mostram o quanto contrariam o que manda a sua religião. Quando contratam um advogado, por exemplo, estão se opondo ao que diz a sua bíblia em Jó 16.19 – “Saibam que agora mesmo a minha testemunha está nos céus; nas alturas está o meu advogado”; em Provérbios 22.23 – “Pois o Senhor será o advogado deles, e despojará da vida os que os despojarem” e em João 2.1 – “Temos um advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”.

Quando se preocupam com a segurança de suas casas ou quando contratam um serviço de vigilância, estão indo contra o que a bíblia diz em Salmos 127.1 – “Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela”. 

E, para fechar, quando contratam planos de saúde ou tratamento médico, contrariam o que diz a bíblia em Tiago 5.15 – “E a oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará”.

Enfim, embora não assumam, os cristãos estão constantemente oscilando entre a fantasia da fé, quando afirmam que seu deus supre todas as suas necessidades, e a dura realidade, quando mostram que eles mesmos precisam buscá-las.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Nos céus de 70..

Um fato curioso que presenciei na década de 70 foi o avistamento de uma imagem semelhante a esta que está no vídeo abaixo.
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Ela surgiu no céu volta das 19 horas, permaneceu por, pelo menos, dez minutos, e foi desaparecendo lentamente.

Assim como eu, que era criança na época, muita gente ficou assustada, por não saber do que se tratava. É claro que muitos religiosos, como sempre, diante de um fato que ignoram, e não fazem questão de pesquisar, atribuíram o acontecimento a uma ação sobrenatural, como sendo um sinal para o fim do mundo.

Eu, à época, religioso por indução, mas cético por natureza (hoje ateu convicto), preferi ficar à espera de uma resposta concreta.
Embora não tendo encontrado uma explicação lógica para o fato até joje, não posso fechar esta lacuna com suposições de atividades sobrenaturais. Não posso fazer isso.

Decidi fazer este post apenas para que outra pessoas, que também tenham avistado a imagem, possam comentar e, assim, trocarmos informações.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Invadindo a praça?


Uma coisa que é comum, sempre que passamos por uma praça, principalmente das grandes cidades, é encontrarmos pregadores, aos gritos, tentando convencer as pessoas a se converterem às suas religiões para se livrarem do inferno.

Toda religião, sem exceção, funciona com o sistema de pirâmide, onde cada membro tem como principal tarefa convencer o maior número de pessoas possível de que a sua religião é a mais correta de todas.

É muito difícil, quando observamos com imparcialidade, não inferirmos que tudo não passa de uma jogada muito bem arquitetada, com o único objetivo de gerar lucros para quem se encontra no topo da pirâmide.

O que difere o sistema religioso de pirâmide dos demais, é que, neste, os membros que compõem a base não são recompensados pelo seu trabalho com algo substancial, mas sim com palavras de incentivo, promessas de vida eterna, esperanças de cura, ou seja, coisas que não passam do campo da abstração.

O que vemos nas praças, na realidade é apenas a ponta de uma grande “iceberg”. O que leva tantos pregadores a saírem “gritando aos quatro ventos”, pelas praças das cidades, faz parte de um trabalho que começa nas igrejas. Os líderes religiosos, principalmente os evangélicos, sabendo que esta prática surte efeito, selecionam e recitam exaustivamente, versículos bíblicos que motivem os seus seguidores a exercê-la.

Mandamentos, como, “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”, atribuídos a Jesus, são citados repetidamente, numa tentativa pertinaz de tentar fixar na cabeça do seguidor que, se ele não conseguir convencer certo número de pessoas a se converter à sua religião, será a pior das criaturas, além de demonstrar muita falta de fé.

Mas, pergunto, será que o mais convicto cristão acredita que realmente tem fé no seu deus? Pelo menos na prática não demonstram isso. Não vemos, por exemplo, com a mesma empolgação que saem às ruas aqui, no Brasil, cristãos se aventurando a pregar o evangelho em países de maioria muçulmana

Por que os líderes religiosos cristãos, ao invés de fazerem “chover no molhado”, enviando missionários a países onde já existem cristãos de sobra, não os enviam a países onde pouco se sabe a respeito de Jesus?

Querer demostrar fé, saindo para pregar nos países africanos assolados pela fome não vale, pois para encher um templo, basta prometer que vai ter pão após a reunião.

Não se pode medir a fé de ninguém, a única tentativa da fazê-lo está em uma fala atribuída a Jesus, que diz que se alguém tivesse a fé do tamanho de um pequeno grão, faria coisas mais extraordinárias do que as que ele teria feito.

Hoje eu posso dizer que não tenho nenhuma, mas, pelo que se pode ver na prática, ninguém tem.

domingo, 9 de setembro de 2012